domingo, 25 de junho de 2017

enta,,,enta,,,enta,,,Ufa!!!

Moro na casa do enta.

a vida aposenta

fica briguenta

aquarela cinzenta?

Não!

Cinquenta tons magenta.

Na tormenta?

A gente tenta, 

experimenta,

muda a vestimenta

Enfrenta!

Ergue a cabeça e ostenta

E haja água benta

                         nessa vida

                 tão sedenta...


sábado, 10 de junho de 2017

Nossos séculos


"Nas cabecinhas femininas, sob os chapéus de fitas e plumas coloridas, não se espera encontrar muita coisa além de esculturais penteados obtidos com a ajuda dos ferros de frisar. Pois a missão da mulher é uma só: "fazer os grandes homens". Como esposa e como mãe. Pretender seguir os passos dos homens, privando o lar de sua deusa protetora que conforta nas dores e desfalecimentos, é contrariar a própria alma feminina, na qual o altruísmo prepondera.
“Entre as limitações impostas e os louvores à natureza feminina”, com que se tentava justificá-las, que restava à mulher? Todo um cotidiano, que para as senhoras da sociedade urbana poderia ser o seguinte:
Às sete da manhã a família toma o seu desjejum: café com leite, bolos e biscoitos servidos por uma copeira branca. É elegante ostentar brancas, de preferência louras, no serviço da casa. Os filhos permanecem silenciosos, limitando-se somente a falar quando solicitados. Passarão o dia na escola. Até o almoço, às 10 horas, a dona da casa dispõe de tempo suficiente para folhear figurinos de moda. Recebe em casa a costureira e determina à governanta a fiscalização da limpeza e da arrumação da casa.
Depois do almoço, às 13 horas, receberá para o chá as damas da sociedade e fazem tricô e crochê para a quermesse da igreja.
Após o jantar, às 17 horas, a fatigada anfitriã repousa. À noite, receberá a visita de alguns parentes. Entre um assunto e outro haverá um toque piano, cante ou declame poemas."

Fonte:  Encontrei este artigo no fascículo da coleção : "Nosso século" , da já extinta Editora  Abril Cultural.

Foto de cartaz fixado em muro na Avenida Paulista - By Kris
Os anos passaram de Dourados a apressados, e, com eles, se foram também os chapéus de fitas e plumas coloridas que cobriam as cabeças das mulheres.
A deusa do lar foi parar nas ruas, nas esquinas, nas presidências, nos Congressos, nas escolas, nas fábricas, nos bancos, na cama e na cozinha. A correria do dia a dia, o sol escaldante, as longas horas de trabalho desnudou a mulher do corpo até a alma. A outrora anfitriã do lar recebe hoje como convidada, sua própria vida.